terça-feira, 6 de novembro de 2007

F.E.A.R

Medo:

do Lat. metu

s. m.,
terror;
receio;
susto.

loc. adv.,
a -: com receio.

Aos dez anos, eu vivia com medo de andar na rua e ser atropelada. Ou de que cocô de pombo caísse na minha cabeça ao passar debaixo dos jambeiros do colégio onde estudava. Aos 12, temia reprovar nas provas de matemática, e aos 16, tinha medo de perder meu primeiro namorado. Aos 20, de não arrumar emprego. Atualmente, aos 25, bate as vezes um certo receio de nunca ter filhos.
O atropelamento, ufa!, não veio, mas o cocô caiu de forma certeira, duas vezes, uma em cada braço, em dias próximos do final de 1992. Na sexta série, fiquei de prova final em matemática, e não reprovei sabe-se lá por quê. Logo ao completar 17, meu primeiro namorado admitiu que andava com outras garotas porque morávamos em cidades distantes e ele não sentia mais minha falta. Passei longos períodos sem emprego, que foram, vieram, mas nunca foram tão graves. E os filhos, bem... prefiro acreditar que um dia eles virão, ainda que isso demore um certo tempo.
Moral da história? Medo não protege, nem afaga. Medo é uma sensação falsa de segurança, de controle da própria vida, que a gente nem tem. Medo só paralisa e impede de olhar para os lados. Impossível de não sentir, mas possível de desviar. Portanto, eu desviarei do medo antes que ele me consuma por todos os poros. E antes que ele me impeça de correr dos meus próprios sonhos, me prendendo pelos calcanhares e me trancando na gaveta da rotina.

Eu devo isso só a mim mesma, a mais ninguém. Três vivas para o umbiguismo.