quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O texto da Denise

ó, tempão atrás eu prometi pra Denise q eu ia escrever um conto pra ela, na época era inspirado na vida dela né ( mais ou menos). Mas aí eu enrolei tanto com ele que a vida dela já mudou e eu ainda não terminei o canto, mas vou terminar um dia...
Bem, ela escolheu um trecho que ela acha lindo, divino e maravilhoso, pra minha estréia aqui....
O conto não tem nome ainda e é na verdade mais uma estória com a Manu.
Eu criei a Manu ano passado e ela é tipo o meu personagem eterno, como o Mandrake do Rubem Fonseca e o Analista de Bagé do Luiz Fernando Verissimo.
Manu usa uma camista branca com o Mickey Mouse estampado e um par de sapatos vermelhos. O primeiro conto com a Manu é passado no Nordeste, o segundo no Rio de Janeiro.
Nessa estória Manu está em Campinas, Denise é uma advogada que resolver defender a Manu e acaba indo morar com ela e eles tem um caso.. e o fim ainda vem.....

Abram alas por trecho aí minha gente:

"N restaurante Marcela falava sem parar. Ela sempre falou muito e eu gostava de escuta-la. mas eu naquela hora eu não ouvia nada, pensava no homem que iria encontrar em casa e na última vez que havíamos conversado.
"Em que cê tá pensando Denise?"
"Lembrando de ontem, festa da família do Rubem, eles não devem gostar de mim sabe? Eu sinto que todo mundo me olha atravessado.
"Não conversam?"
"Pouco. Muito pouco na verdade, mas não é isso que me incomoda. Essas pessoas nunca dizem nada: são pobres e caladas. Parece que eles acham que eu não presto ou que faço pouco pelo Rubem.
"Eu acho que você tem é vergonha deles, porque você está comigo e está com Rubem. Tem medo de todo mundo ficar sabendo. Você acha que tá fazendo coisa errada."
"Não. eu te adoro."
"Eu não queria que você tivesse casado. Não precisava. Podia ficar namorando, podia ir morar com ele ou então que esquentasse os colchões de todos os homens de São Paulo. Mas por que é que você foi casar?"
"Já faz quase um ano que a gente tem essa mesma conversa, eu quero ter uma família quero ter filhos e quero que eles tenham pai e mãe ."
"Eu já estou vendo, você vai grávida, vai ter sua família com seu marido imbecil e aí o bebê vai nascer e vai roubar todo o seu tempo de ficar comigo."
Olhei pela enorme janela de vidro. Talvez Marcela estivesse certa, talvez eu tinha mesmo medo das coisas, vai ver eu não devia nem ter casado. Mas vergonha dela eu não tinha não, só que ela não via que eu amava Rubem tanto quanto a amava e tinha meus planos. De repente percebo Manuela passando pela janela, aperto os olhos para me certificar. É ela mesmo. A menina pára na calçada e olha para o alto, Acompanhei seu olhar: ela olhou diretamente para o sol e ficou esfregando os olhos. Era uma pessoa mesmo estranha. Um garoto parecendo agoniado parou para conversar com ela. Ele alisava a roupa, enfiava e tirava as mãos nos bolsos constantemente. Atravessaram a rua e sumiram por uma porta espremida entre as lojas.
"A minha cliente. É aquela menina."
"Não parece que tem esse perigo todo que falam nos jornais."
"É estranho né? tem quinze anos só, fugiu de casa e foi só pra passar aventuras.
"Taí, e você ainda quer ter filho. Quer dizer, imagina o estado que deve estar a mãe dela. Dá até dó"
"Dói meu coração só de pensar."
Minha cabeça batucava, eu decidi que se conseguisse livrar Manuela, eu ia arrumar minha vida, dar um pé no M.P e trocar de escritório.
M. P. trabalhou muito tempo com minha família e quando me formei ele achou por bem fazer por mim o que meu pai tinha feito por ele. Mas ele é ganancioso demais e o máximo que me fez foi me meter no serviço público e mandar alguns casos bem chinfrins. Normalmente eu resolvia os problemas dele e ele levava os créditos e a grana. Era justo. Pra ele. "