terça-feira, 16 de outubro de 2007

O firmamento.

O fundo é de um azul claro intenso, quase uma representação inanimada do céu. As pequenas marcas brancas habitantes desta imensidão azulada brincam de formar desenhos não facilmente identificados e discretamente bem posicionados. As manchas verdes, por vezes tão extensas quanto pontuais, espalham-se sobre este paraíso diferenciado como um pincel banhado de tinta esparrama sua cor no papel. No meio de toda essa relva, surgem borrões de tom marrom os quais transformam estes simples traços em verdadeiros pontos de encontro. Letras firmes e fortes despontam em torno destes traçados, batizando-os. O alfabeto inteiro encontra-se exposto, numa espécie de Guerra Fria pela atenção. Suas cores variam de acordo com o espaço, assim como seus tamanhos. Aos poucos as linhas vão erguendo-se, tomando forma. O que parecia plano agora vê-se esférico, redondo. Há uma base embaixo, comportando tal estrutura ao mesmo tempo tão perto e tão distante. Pequenas linhas dividem extrema pobreza de abundante riqueza. Oceanos diferenciando línguas, costumes, regras. A mão se aproxima. Os dedos tocam levemente um mundo globalizado que existe ao seu alcance. Uma utopia palpável. Uma realidade intocável. Todo o universo gira. E tudo começa outra vez.