quinta-feira, 10 de abril de 2008

/adaptações, inconstâncias e dois canos fumegantes.

Eu quero amar você por dois dias, duas noites, poucos segundos, grudar minha boca no teu ouvido e te derreter de gemidos e desespero. Que eu vou morrer se não te amar. De fome, de sede, de cansaço, de desejo reprimido. Que eu vou doer se não te sentir. É falso, a gente sabe, mas é tão legal fingir que estamos interessados um no outro. Eu quero sumir, mas não esqueço da vontade de te ver. Eu quero chorar sem perder o traço do rímel. Beber sem borrar o batom. Purgar sem machucar por dentro. Eu vou morrer, de mentira, se não te amar. Paixão de mentira, nós somos reais apenas enquanto tua língua está na minha e o teu suor se espalha na minha pele.
Contei 15 fios do teu cabelo espalhados na minha cama.
O teu cheiro está no meu travesseiro e nos lençóis.
Estes já foram para o cesto de roupas sujas e em breve estarão de volta, puros, virginais. Os fios de cabelo, voaram pela janela, assim como as cinzas dos nossos cigarros e as lembranças de ontem.
Pra quê, se nenhuma delas valerá a pena daqui a pouco, se você não vai passar de um nome perdido na agenda do celular?

/agosto, 2007.