Ouvir o 'The Times, They're A-Changing' foi como a primeira vez que me apaixonei. A primeira vez que eu me apaixonei foi como ir a um lugar que vivia evitando, por saber que, no momento em que entrasse, o acharia tão bom que podia não querer mais sair. Foi (ainda é) o mesmo com o disco. Eu sabia a capa, a ordem das músicas, alguns dos músicos de apoio e as historinhas que o circulam, mas nunca o tinha escutado por saber que ali existia 'algo'.
O tal do 'algo' que você pode perfeitamente viver sem, mas que não dispensa quando o encontra, sabem?
Observando a capinha preta e branca agora só penso que posso correr para outras ruas, outros locais, outras pessoas, outros cheiros e outros desastres, mas ele vai estar ali, escondido no meio de uma pilha de papéis ou de roupas, pronto para dizer, acendendo um cigarro com um sorrisinho no canto dos lábios, 'agora que aprendeu o caminho, é fácil voltar. Pode se comover a vontade, porque ninguém vai ficar sabendo. Somente eu e você'.