segunda-feira, 3 de março de 2008

Prazo de validade: uma semana

É difícil saber quanto tempo um cara vai levar pra te decepcionar. Dependendo da sua experiência de vida dá até para encaixar o rapaz num estereótipo e fazer uma média. Como um playboy típico, por exemplo. Mais previsível, impossível. Mas tem certos casos onde a coisa já complica.

Imagina você, garota que sempre vai para nights nada a ver com a sua personalidade e que no dia do seu aniversário não está com a menor vontade de ficar nessa mesmice. Aí decide ligar para alguns amigos que curtem rock e arranja um lugar diferente para ir. Avisa logo para toda a galera que essa não é uma comemoração e que é para ninguém se sentir obrigado a ir se não tiver a fim. Num dia de libertação a última coisa que você quer é ficar se preocupando se os seus convidados estão se divertindo. Fala sério, hoje não.

Cerveja pra cá, cerveja pra lá, bate uma certa vontade de ficar com alguém. Mas é melhor guardar a vontade do que acabar com um carinha decepcionante no dia do seu aniversário. Cosmopolitan pra cá, drinks desconhecidos pra lá, você comenta com seu amigo que quer alguém especial. Ele faz uma cara de pena e te paga mais uma bebida.

Na pista de dança você percebe que um garoto que foi com a sua galera está dando em cima de você. Ponto a favor, ele já é mais ou menos conhecido, nesse caso o prazo de validade normalmente é maior. Na tentativa de fazer um cálculo mais preciso, o próximo passo é perguntar para as pessoas de confiança se ele é um cara legal. Cinco pontos a favor, que nesse caso tem peso dois. A opinião dessas pessoas é muito importante.

É, a essa altura do campeonato vocês já estão próximos demais para você pensar em algum ponto negativo. Primeiro aniversário que você fica com alguém legal. Primeiro aniversário que você vai pra onde quer. Primeiro aniversário que você fica bêbada sem se importar com os convidados. Libertação é pouco pra esse dia.

E no próximo fim-de-semana sai todo mundo junto de novo. Já durante o esquenta, na porta da boate, você não entende nada quando o ouve falando, na sua frente, que a menina tal é gostosa, que a outra lá é gatinha. Aliás, você nem sabia que ele era do tipo que chamava uma mulher de gostosa e de gatinha. Eca.

Lá dentro você espera que role uma conversa, que ele diga que essa história de gostosa não tem nada a ver e que te surpreenda com um beijo roubado. Tá, ficar com ele de novo não é lá tão importante assim. Na realidade, o que você precisa mesmo, é não se decepcionar com alguém que você achava que ia durar mais de uma semana.

Aí ele beija outra. Do seu lado. Beija é pouco, eles se comem. E aí, ao lembrar da hora que vocês entraram na boate, acaba rindo sozinha. Lá na porta a moça perguntou o nome dele para ver se tava na lista e coisa e tal. Aí ele diz, “Fulaninho”. E se achando o James Bond, ele completa, “Fulaninho de tal. Só tem um.” Ai meu filho, você que pensa, igualzinho a você tem um monte por aí. E se bobear com o prazo de validade muito maior.


Gente, tô sem tempo então estou escrevendo aqui os mesmos textos que coloco no meu blog pessoal (carolguido.wordpress.com). Pelo menos por enquanto não vai rolar fartura em palavras minhas. Mas só por enquanto.
beijo!